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O físico que ensinou o código a sonhar

Lisboa, auditório lotado, holofotes acesos. Entra um homem que já estudou o universo na escala das partículas e agora tenta decifrar outro tipo de matéria: a criatividade humana. Anton Osika, o ex-físico do CERN que virou o nome mais comentado da inteligência artificial europeia, fala de software como quem fala de arte.

Ele diz que o futuro não é feito de código, é feito de curiosidade. Que os novos criadores são os que nunca programaram uma linha sequer, mas têm uma ideia insistente, dessas que não desgrudam até virar produto. A sala escuta em silêncio. Ele lembra que, há pouco mais de um ano, era apenas um engenheiro com um repositório open source. Agora lidera a startup que mais cresceu na Europa, à frente de gigantes como Shopify e até OpenAI. E a simplicidade com que fala é quase um manifesto: “Não é sobre levantar rodadas, é sobre formar times que acreditam no que constroem.”

Há algo de muito sueco na filosofia dele. Um tipo de humildade estratégica que desafia o frenesi do Vale do Silício. Enquanto a Califórnia exalta jornadas de 12 horas e pitchs inflados, Anton fala em propósito, autonomia e ritmo sustentável. “As melhores pessoas que trabalham comigo têm filhos”, diz, com o sorriso de quem não mede sucesso em horas viradas, mas em legados construídos.

Ele não tenta transformar o mundo inteiro em engenheiros, tenta transformar o desejo em ferramenta. Um garoto de 11 anos usou o Lovable para criar um “Facebook da escola”. Uma edtech brasileira faturou três milhões em dois dias. Cem mil novos produtos nascem por dia dentro da plataforma. Cada um, uma fagulha de curiosidade que virou código. Anton fala e a plateia parece perceber: algo está mudando. A programação deixou de ser monopólio dos técnicos para se tornar idioma da imaginação.

O insight está aí.

As próximas revoluções não sairão de laboratórios secretos, mas de cafés, escolas e escritórios domésticos. A barreira de entrada para criar desapareceu. O novo bilhete de entrada é a vontade de resolver algo e um clique.
O Lovable não é só uma empresa. É a metáfora perfeita de uma era que democratizou o poder de criar. O físico virou engenheiro. O engenheiro virou fundador. O fundador virou catalisador de milhões.

E talvez a lição mais poderosa de Anton seja que universo continua sendo feito de partículas, mas a energia que move o futuro agora está nos criadores.

Marco Marcelino

Informação valiosa, 
no tempo certo

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