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A dança das promessas e o silêncio dos resultados

Vivemos uma era onde a tecnologia promete tudo: produtividade, eficiência, transformação. Mas, será que essa promessa não é só um teatro mal ensaiado, onde os aplausos vêm antes do espetáculo começar?

Estamos em 2025. O mundo está tomado por siglas cintilantes, SaaS, Gen AI, FinOps, cada uma brilhando como estrelas no firmamento corporativo. O que elas realmente entregam? Ou melhor, o que estamos dispostos a ver nelas? A conta, essa é clara. Os benefícios? Difusos. Quem ousa admitir que talvez estejamos apenas trocando rituais antigos por novos, sem jamais questionar o altar?

As empresas gastam bilhões no balé tecnológico: nuvens que prometem liberdade, mas cobram caro pelo vento; algoritmos que nos convencem de sua genialidade, mas exigem que os humanos aprendam a lhes pedir educadamente para funcionar. “E então, senhoras e senhores, o que temos para o jantar?”, perguntaria Abujamra, com um olhar cortante.

A verdade é que não falta tecnologia, falta coragem. Coragem para olhar o chefe de uma unidade de negócios nos olhos e perguntar: “Você sabe quanto custa sua brincadeira na nuvem? E, pior, ela realmente melhora alguma coisa?” O problema nunca foi o gasto, mas a falta de responsabilidade. As promessas da tecnologia são ecoadas como mantras, enquanto os resultados continuam tímidos, escondidos no rodapé do relatório trimestral.

Em 2025, a maior inovação não é o próximo grande software, mas a capacidade de finalmente medir o gasto, medir o uso, medir o impacto. Ah, a métrica, essa cruel e justa, que quando usada com honestidade nos força a encarar a verdade nua e crua.

Mas medir não basta. O desafio agora é outro: mudar comportamento. Como ensinar um gestor a usar melhor uma ferramenta de IA generativa? Ou fazer um time entender que o custo de um comando mal formulado pode ser maior do que o benefício que ele busca? A tecnologia exige um novo tipo de alfabetização, e talvez esse seja o maior gargalo. Porque, para muitos, ainda é mais fácil culpar a tecnologia do que aprender a usá-la.

Enquanto isso, as empresas dos Emirados Árabes nos dão uma lição, não basta rastrear, é preciso agir. FinOps não é só um modismo, é uma resposta pragmática a um mundo onde tudo tem um preço. Lá, o accountability é quase palpável, como o calor do deserto.

Mas, no final das contas, estamos preparados para entender que a produtividade nunca foi uma questão de tecnologia, mas de gente? E o silêncio, como sempre, seria a resposta mais honesta.

Marco Marcelino

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