O Web Summit Lisboa 2024 reafirmou sua posição como o principal palco de inovação tecnológica e tendências globais, reunindo mais de 70 mil participantes. Acredito que cada pessoa viu um Web Summit sob diferentes óticas. Eu destaco os temas cruciais de criatividade, propósito e a interseção entre tecnologia e usabilidade, em um momento em que as interações humanas com produtos digitais moldam o futuro.
A abertura trouxe Pharrell Williams, artista e agora diretor criativo da Louis Vuitton, para um diálogo com Frank Cooper III, CMO da Visa. Pharrell provocou reflexões sobre o papel do trabalho e o impacto da criatividade nas organizações. Ele descreveu o que chama de “subsídio para ser criativo”, destacando como as empresas podem construir ambientes que incentivem a inovação ao valorizar talentos humanos.
“O propósito é tão importante quanto a funcionalidade.”
Para quem trabalha em design e experiência, sua fala foi um lembrete essencial: o propósito é tão importante quanto a funcionalidade. Produtos e serviços não são mais avaliados apenas por sua eficiência, mas pelo impacto emocional que geram. Isso reforça o papel do UX no alinhamento entre tecnologia e significado.
Essa conexão entre criatividade e funcionalidade foi exemplificada de forma prática por startups como a brasileira que transforma arte de rua em um marketplace global. Aqui, a usabilidade vai além do design visual, ela conecta criadores e consumidores em uma experiência intuitiva, colaborativa e acessível.
Além dessas ideias criativas, a presença de 3.050 empresas expositoras, incluindo gigantes como IBM, Meta e Qualcomm, evidenciou que o mercado está amadurecendo para enfrentar desafios técnicos reais. O foco em tecnologias emergentes, como inteligência artificial e sustentabilidade, ficou claro nas discussões de startups e líderes do setor.
Outro momento de destaque foi protagonizado por Etosha Cave, cofundadora da Twelve, ao apresentar sua proposta de criar combustível a partir de CO2 e água. Sua ideia não é apenas revolucionária, mas também uma lição sobre como a inovação orientada por propósito pode redefinir padrões industriais e ambientais.
A inclusão também foi um ponto alto do evento. 44% das startups fundadas por mulheres, somadas a 42% de participantes e 37% de palestrantes mulheres, reforçam que um futuro sustentável e diversificado exige representatividade.
O Web Summit 2024 não foi apenas uma vitrine de inovações, mas um espaço para discutir como a tecnologia pode e deve ser projetada para servir as pessoas.
Para quem vive e respira usabilidade, o evento deixou clara a importância de criar experiências que não apenas resolvam problemas, mas que também inspirem, conectem e gerem valor em um mundo cada vez mais híbrido e multifacetado.
O futuro da usabilidade, assim como o trabalho criativo, não é apenas técnico: é humano, colaborativo e movido por propósito.