Hoje, os data centers devoram cerca de 2% da energia global, com uma pegada de carbono que faz sombra à da indústria aérea.
Vamos ser francos: com o crescimento vertiginoso da inteligência artificial (IA), as demandas vão disparar, exigindo novos investimentos em data centers e, inevitavelmente, um aumento alarmante no consumo de energia. Mas faz sentido isso tudo enquanto o mundo inteiro clama por soluções ESG?
Para ilustrar, uma pesquisa banal no Google, que envolve uma computação ridiculamente simples, consome em média 0,3Wh de energia. Agora, compare isso com a resposta de um sistema avançado de IA, como o ChatGPT, que pode sugar entre 3 e 30Wh, dependendo da complexidade da pergunta. Estamos falando de um consumo equivalente a uma lâmpada de LED de 10 watts acesa de 18 minutos a 3 horas – por apenas uma resposta!
O problema não é se a IA vai dominar o mundo, mas sim se ela vai se tornar uma ameaça existencial.
A única saída? Computação distribuída. E o que isso quer dizer?
O futuro dos data centers reside no uso da ociosidade dos nossos celulares e tablets comuns para ajudar a processar novas demandas de dados com segurança. Distribuindo a carga de trabalho computacional por uma rede de dispositivos ociosos, podemos diminuir a dependência de grandes data centers centralizados. Isso não só economiza energia, mas também melhora a eficiência geral do sistema.
Em paralelo, a otimização dos algoritmos de IA é fundamental para reduzir a quantidade de energia necessária para realizar tarefas complexas. A contínua pesquisa e desenvolvimento em algoritmos mais eficientes e menos energívoros são cruciais para essa transformação.
É quase cômico afirmar que investir em eficiência energética reduz o impacto ambiental dos data centers. Tecnologias de resfriamento mais eficazes podem, de fato, cortar drasticamente o consumo de energia. Além disso, a utilização de fontes de energia renovável para alimentar data centers está se tornando cada vez mais prevalente, diminuindo nossa dependência de fontes não renováveis.
Armazenar e processar dados em localizações frias? Genial! Colocar data centers em regiões com climas mais frios pode reduzir a necessidade de resfriamento artificial, economizando energia. Países como a Islândia estão emergindo como hubs para data centers devido às suas condições climáticas ideais, oferecendo uma alternativa sustentável para a indústria.
Governos e organizações internacionais têm um papel vital a desempenhar na promoção da sustentabilidade na computação. Políticas que incentivem o uso de energias renováveis, imponham limites de emissão de carbono e promovam a pesquisa em tecnologias de eficiência energética são essenciais para mitigar o impacto ambiental dos data centers. A transição para um futuro mais sustentável na computação exigirá a colaboração entre empresas de tecnologia, governos e consumidores.
À medida que o mundo continua a adotar a IA em ritmo acelerado, a sustentabilidade deve ser a prioridade máxima. Soluções inovadoras mostram que é possível avançar tecnologicamente sem sacrificar o meio ambiente, garantindo um futuro mais promissor e sustentável para todos. A questão não é se a IA dominará o mundo, mas como podemos integrar essa tecnologia de maneira sustentável. Adotando tecnologias de computação mais eficientes e políticas de apoio à sustentabilidade, podemos reduzir significativamente o consumo de energia e a pegada de carbono, pavimentando o caminho para um futuro mais verde e eficiente.
• Data centers locais de empresas ficam ociosos 82% a 88% do tempo.
• Provedores de grande escala (AWS) ficam ociosos 35% do tempo.
• Smartphones ficam ociosos 85% do tempo.
Soluções como a computação distribuída poderiam melhor aproveitar esses recursos ociosos e reduzir o desperdício energético.