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O Mercado de Carbono almeja recuperação e credibilidade

O mercado de carbono, criado para monetizar as emissões de gases de efeito estufa e cobrar dos seus emissores, enfrentou desafios significativos, incluindo fraudes e projetos mal estruturados que comprometeram sua credibilidade. No entanto, recentes desenvolvimentos sinalizam uma possível virada para esse mercado crucial na luta contra as mudanças climáticas.

Um dos fatores promissores para a revitalização do mercado é a revisão das normas para a contabilidade dos projetos de carbono. A Verra, a maior certificadora de créditos de carbono do mundo, adotou uma metodologia mais rigorosa que elimina a autodeclaração do risco de desmatamento, prática que abria brechas para o superfaturamento dos projetos.

Adicionalmente, a regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris, que visa a construção de um mercado global de carbono, foi finalizada na COP29, realizada no Azerbaijão. Este desenvolvimento é vital para a formação de um mercado coeso e regulado globalmente, aumentando a transparência e a confiabilidade das transações de carbono.

Outro aspecto significativo é a aprovação, pelo Congresso brasileiro, da regulamentação do mercado regulado de créditos de carbono, uma antiga demanda das negociadoras de créditos. Este mercado, diferente do voluntário, não gera créditos comercializáveis, mas é essencial para a precificação correta dos ativos no mercado voluntário, onde ocorreram a maioria das fraudes.

O mercado voluntário de créditos de carbono abriga iniciativas empresariais para descarbonizar operações. Gabriel Silva, ex-CFO do Nubank e fundador da Mombak, destaca a importância de como os créditos são gerados, focando em projetos de remoção de carbono, como o reflorestamento, que são intrinsecamente verificáveis e contribuem diretamente para a redução do carbono atmosférico.

A Mombak, por exemplo, assinou um contrato com a Microsoft para o fornecimento de 1,5 milhão de créditos de remoção, o que implicará no plantio de 30 milhões de árvores em 25 florestas amazônicas. Esta é uma demonstração tangível de ações ambientais que trazem resultados reais e mensuráveis.

Empresas como a FutureClimate e a Systemica também afirmam focar exclusivamente em projetos de remoção, refletindo uma tendência crescente de procurar soluções genuínas e eficazes para a captura de carbono. Do lado dos compradores, a precisão na contabilização do carbono evitado é crucial para sustentar a confiança no sistema.

O mercado de carbono está à beira de uma transformação que pode fortalecer seu papel no combate às mudanças climáticas. Com regulamentações mais fortes e um compromisso renovado com a transparência, espera-se restaurar a confiança e expandir a adoção de práticas sustentáveis globalmente.

Gustavo Fleming Martins

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