Legislação estabelece bases para finanças verdes e atrai investimentos globais
O Brasil avança na agenda ambiental com a promulgação da Lei 15.042, que cria o mercado regulado de carbono, marcando um novo capítulo na luta contra as mudanças climáticas. Sancionada em 11 de dezembro, a legislação posiciona o país como um protagonista em sustentabilidade, alinhado aos objetivos do Acordo de Paris.
O mercado brasileiro de carbono é agora estruturado pelo Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), que conecta os mercados regulado e voluntário. Essa integração permite a conversão de créditos voluntários em Créditos Regulados de Carbono (CRVE), desde que atendam às exigências do órgão regulador. Este marco regulatório traz clareza, garantindo que apenas projetos certificados, validados e verificados possam gerar créditos comercializáveis.
Outro ponto central da lei é o reconhecimento dos créditos de carbono como ativos financeiros. Com isso, o setor ganha maior credibilidade e transparência, atraindo investidores do mercado financeiro global. A regulamentação ainda prevê o uso de áreas como Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente para projetos geradores de créditos, ampliando oportunidades para produtores rurais e iniciativas de conservação.
A formalização jurídica dos créditos como valores mobiliários é um divisor de águas. Ao assegurar o lastro e evitar a dupla contagem, a legislação confere segurança às transações e fortalece o valor dos créditos brasileiros. Projetos que não atendam a critérios rigorosos, como ações de reflorestamento sem certificação independente, ficam fora do escopo de ativos transacionáveis.
Com uma estrutura robusta, o Brasil passa a ser um dos mercados mais atrativos para investidores em carbono. Estima-se que o mercado regulado global possa movimentar trilhões de dólares até 2030, e o Brasil está posicionado para capturar uma fatia significativa deste volume. A nova lei também reforça o papel estratégico do país na promoção de finanças verdes, integrando crescimento econômico com preservação ambiental.
Com as bases regulatórias estabelecidas, o país consolida sua posição como referência em economia verde. A Lei 15.042 representa um avanço estratégico, abrindo caminho para investimentos, inovação e geração de receitas sustentáveis, além de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.