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Inteligência artificial no varejo: a virada do jogo

O varejo global está passando por uma revolução impulsionada pela inteligência artificial (IA). E, como não poderia deixar de ser, esse é o grande assunto da National Retail Federation deste ano, que leva “Game Changer” como seu tema central.

Segundo o estudo State of AI in Retail and CPG: 2025 Trends promovido pala NVIDIA, a IA tem se destacado como uma ferramenta essencial para elevar a experiência do cliente, reduzir custos operacionais e aumentar a receita. No entanto, o que isso significa para o varejo brasileiro? Temos explorado diversos cases interessantes no podcast Digital Backstage, no qual sou hostess junto com Eduardo Terra, e nesse artigo divido um pouco dessas grandes tendências globais que saíram no report com inspirações práticas e inovadoras para o mercado local.

O cenário atual: IA como prioridade estratégica

O estudo revela que nove em cada dez varejistas globais estão utilizando ou avaliando a IA em suas operações. Empresas que adotaram a tecnologia relatam impactos significativos: 94% observaram redução de custos e 87% relataram aumento de receitas. No Brasil, onde desafios como eficiência logística e personalização são críticos, a adoção de IA pode representar uma mudança de paradigma.

Em particular, a IA generativa encontrou rápida adoção onde fornece valor imediato. Dos cinco principais casos de uso de IA generativa na indústria, os quatro primeiros envolvem marketing, publicidade, geração de conteúdo e análise do cliente.

Os principais casos de uso da IA generativa no varejo incluem:

  • Geração de conteúdo para marketing – 60%
  • Análise preditiva – 44%
  • Marketing e publicidade personalizados – 42%
  • Análise e segmentação de clientes – 41%
  • Assistentes de compras digitais ou copilotos – 40%

Três grandes áreas de impacto

Os casos de uso de IA proliferaram em quase todas as linhas de negócios, ajudando a melhorar a tomada de decisões, criar eficiências operacionais, e aumentar a produtividade dos funcionários.

1.Personalização em escala

A IA está transformando a relação entre varejistas e consumidores. Ferramentas de IA generativa permitem criar experiências únicas, como recomendações personalizadas e campanhas de marketing sob medida.

A Renner, por exemplo, implementou algoritmos que analisam o histórico de compras e preferências dos clientes, aumentando a taxa de conversão e fidelização.

2.Otimização logística e eficiência operacional

Com 59% dos varejistas globais relatando desafios crescentes na cadeia de suprimentos, a IA surge como solução para prever demandas e otimizar rotas.

O iFood tem integrado a inteligência artificial (IA) de forma abrangente em suas operações logísticas, aprimorando a eficiência e a experiência do usuário. Atualmente, a empresa utiliza mais de 100 modelos de IA desenvolvidos internamente, que atuam em diversas etapas do processo de entrega.

Um exemplo significativo é o uso de modelos estatísticos e de pesquisa operacional para prever a demanda de pedidos em diferentes turnos e localidades. Esses modelos permitem ao iFood estimar quantos entregadores parceiros são necessários em determinados períodos e regiões, otimizando a alocação de recursos e garantindo entregas mais rápidas.

Além disso, a IA auxilia na roteirização dos pedidos, determinando as rotas mais eficientes para os entregadores. Ao considerar variáveis como condições de tráfego, clima e restrições de transporte, os algoritmos de roteamento inteligente calculam os percursos mais econômicos

e rápidos, reduzindo o tempo de entrega e melhorando a satisfação do cliente.

3.Inovação no atendimento ao cliente

Chatbots e assistentes digitais estão redefinindo a experiência do consumidor. O estudo aponta que 40% dos varejistas já utilizam assistentes virtuais para melhorar a jornada do cliente.

A Sephora, por exemplo, tem utilizado a IA para oferecer recomendações personalizadas de produtos. Um exemplo notável é a loja da Sephora em Xangai, que incorporou tecnologias avançadas para fornecer recomendações assistidas por IA e informações detalhadas sobre ingredientes e eficácia dos produtos.

Entre os serviços oferecidos, destaca-se a “Análise de Cuidados com a Pele” (SkinCare Analysis), que utiliza um dispositivo avançado alimentado por IA para realizar escaneamentos ópticos UV, proporcionando uma análise profunda da pele dos clientes. Com base nos resultados, o sistema fornece recomendações personalizadas de produtos disponíveis na loja, adaptadas às necessidades específicas de cada indivíduo.

Além disso, a Sephora implementou o “Lift and Learn”, uma tecnologia que utiliza sensores RFID em painéis de produtos e etiquetas de preços. Ao interagir com esses itens, os clientes podem acessar informações detalhadas sobre os ingredientes dos produtos e ler avaliações de outros consumidores, auxiliando na tomada de decisão de compra.

Portanto, adotar assistentes digitais que combinem IA generativa com análises preditivas pode oferecer um atendimento mais humanizado e eficiente.

Desafios e oportunidades para o varejo brasileiro

Embora a IA apresente oportunidades significativas, desafios como custos de implementação e escassez de talentos especializados não podem ser ignorados.

Para superá-los, os varejistas brasileiros devem:

  • Focar em Governança de IA: Garantir que as soluções de IA estejam em conformidade com a LGPD e adotem práticas éticas.

“Com agentes de IA autônomos que exigem orientação humana mínima, o potencial para maior valor comercial e a criatividade não tem limites.”

  • Parcerias estratégicas: Colaborar com startups e fornecedores de tecnologia para acelerar a implementação.
  • Educação e capacitação: Investir em treinamentos para formar uma força de trabalho apta a utilizar ferramentas de IA.

O estudo destaca que o próximo passo da evolução da IA no varejo é a adoção de soluções autônomas, como gêmeos digitais e robôs inteligentes. No Brasil, isso representa uma oportunidade de liderança em setores como moda, beleza e alimentação.

O que estamos vendo é que a IA não é apenas uma ferramenta; é um catalisador para transformar a forma como o varejo opera e se conecta com os consumidores e está provando seu resultado e expandindo para todas as áreas de negócio.

Olhando para o futuro, a próxima onda de inovação – IA agêntica, projetado para tomar decisões, lidar com situações complexas e, em alguns casos, ajustar seu comportamento de forma autônoma – promete revolucionar ainda mais a indústria.

Com agentes de IA autônomos que exigem orientação humana mínima, o potencial para maior valor comercial e a criatividade não tem limites.

A jornada à frente não é apenas sobre a adoção de tecnologia – trata-se de reimaginar o que é possível para nossos empresas e além. É um marco nas nossas histórias, um “game changer”, como o tema da NRF.

Você está preparado para pivotar seu negócio?

Andrea Dietrich

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