Para presidente da ABIGRAF, ‘JT’ contribuiu para a formação de gerações de artistas gráficos
“Um marco do jornalismo brasileiro, o corajoso, inteligente e irreverente Jornal da Tarde imprimiu nesta quarta-feira, 31 de outubro, sua última edição”, acentuou Fabio Arruda Mortara, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional), afirmando: “Com a derradeira edição chega ao fim um dos capítulos mais interessantes e produtivos da história da comunicação impressa brasileira. Uma história que mudou não apenas o modo de se pensar a pauta e produzir as reportagens, mas que imprimiu sutileza e criatividade na utilização dos recursos visuais, contribuindo para o desenvolvimento de gerações de jornalistas e de artistas gráficos brasileiros”.
Para Mortara, o JT tinha em seu DNA a inovação e foi um jornal que conseguiu fugir do óbvio. “Uma das formas que encontrou para fazer isso foi utilizando a criatividade para entregar um produto que agregava valor também do ponto de vista gráfico. Conseguiu traduzir como ninguém a ideia de que uma imagem, ou, no caso, a conjunção de imagens, textos e recursos gráficos sobre uma folha impressa podem dizer mais do que apenas palavras. Não poderíamos deixar, também, de lembrar o protagonismo do JT na reação à censura imposta durante a ditadura militar. Foi justamente o seu espírito inovador que permitiu saídas tão criativas, como a publicação de receitas no lugar dos textos censurados ou a antológica capa toda em preto, em protesto contra a falta de liberdade de imprensa”.