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União de forças entre Azul e Gol promete criar gigante da aviação no Brasil

Fusão pode mudar o mercado aéreo com 60,3% de participação nacional.

A assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) para a fusão entre Azul e Gol, anunciada em 15 de janeiro, marca um avanço significativo no setor aéreo brasileiro. O acordo, embora ainda dependa de aprovação de órgãos reguladores como o Cade e a Anac, prevê a criação de uma nova gigante do mercado, somando mais de 300 aeronaves e um faturamento combinado de R$ 25,3 bilhões entre janeiro e setembro de 2024. A participação de mercado das duas empresas, juntas, alcançaria 60,3%, superando a Latam, que atualmente detém 39,4%.

O CEO da Azul, John Rodgerson, destacou que o contexto econômico, incluindo o câmbio acima de R$ 6,00, foi determinante para acelerar as negociações. Além disso, a recuperação judicial da Gol, controlada pelo Abra Group, está próxima de ser concluída, o que deve facilitar a fusão. Rodgerson defende que a união fortalecerá a competitividade das empresas diante de concorrentes internacionais, além de criar novas oportunidades, como a expansão de hubs no Norte e Nordeste do Brasil e o aumento de rotas internacionais a partir dessas regiões.

No entanto, a concentração de mercado tem gerado debates. Enquanto críticos apontam possíveis impactos para a concorrência, Rodgerson argumenta que mercados internacionais apresentam concentração ainda maior, citando exemplos como o Canadá (70%), Alemanha (80%) e França. Ele também rebateu eventuais críticas da Latam, mencionando que a empresa tem altas participações de mercado em países como Chile e Peru.

Pelo acordo inicial, a nova companhia manterá as marcas Azul e Gol separadas, ao menos nos três primeiros anos, e será administrada por um conselho dividido igualmente entre representantes das duas empresas e membros independentes. A presidência executiva será indicada pela Azul, enquanto o Abra Group nomeará o chairman.

Outro ponto importante do acordo é a criação de uma cláusula de proteção contra aquisições externas. A poison pill determina que qualquer investidor que adquira 15% ou mais das ações da nova companhia será obrigado a lançar uma oferta pública para comprar 100% das ações. Essa medida visa evitar interferências que possam desestabilizar a estrutura corporativa do novo grupo.

A Azul, que possui valor de mercado de R$ 1,48 bilhão, e a Gol, avaliada em R$ 685,3 milhões, enfrentam quedas significativas de valor de suas ações nos últimos 12 meses, de 65,8% e 76,4%, respectivamente. Apesar disso, a fusão é vista como uma oportunidade de atrair novos investidores internacionais e fortalecer o setor aéreo brasileiro, principalmente em um momento de recuperação econômica global.

Gustavo Fleming Martins

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